Esta página cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo.Junho de 2010) ( |
Em algumas formas de cristianismo, uma diocese (do grego antigo διοίκησις, dióikessis, pelo latim dioecēsis) é uma unidade territorial administrada por um bispo. É também referida como um bispado, área episcopal ou sede episcopal (como na Igreja Metodista). A diocese é a unidade geográfica mais importante da organização territorial da Igreja. Na Igreja Católica e Comunhão Anglicana, uma importante diocese é chamada de uma arquidiocese (geralmente devido à sua dimensão ou importância histórica), que é governada por um arcebispo, que pode ter autoridade metropolitana sobre outras dioceses. No catolicismo, o Papa cria as dioceses em todo o mundo e escolhe os seus bispos.
História
Império Romano
Originalmente o termo diocese (em grego: dioikesis) era um termo usado no direito romano para designar o território e a jurisdição de uma cidade (civitas). Esse nome também foi dado à subdivisão administrativa de algumas províncias governadas por legados (legati), sob a autoridade do governador da província. Diocleciano designava de "diocese" as doze grandes divisões no Império.
Cristianismo
O bispo cristão geralmente residia na civitas, assim o território administrado por ele, normalmente coincidia com o território da cidade, que passou a ser conhecido eclesiasticamente por seu termo civil usual, "diocese". Inicialmente o termo usado para os grupos locais de cristãos sujeitos a um bispo era ekklesia (igreja no sentido local), e em uma data posterior, Paroikia, que significa "vizinhança", o Concílio de Niceia em 325 aplicou este termo para o território sujeito a um bispo. Esta expressão foi mantida no Oriente, onde a Concílio de Constantinopla (381) reservou a palavra diocese para o território sujeito a um patriarca. No Ocidente nos séculos XI e XII, o termo paróquia ainda era usualmente empregado para designar o território sob a jurisdição de um bispo. Por outro lado, o significado atual da palavra diocese já era empregado na África no final do século IV e depois na Espanha, no século XIII este uso finalmente tornou-se geral no Ocidente e "paróquia" passou a designar exclusivamente os setores de uma diocese administradas por um padre ou presbítero.
Há diversas categorias de dioceses:
- Arquidioceses ou patriarcados, quando governadas por um arcebispo ou patriarca;
- Sufragâneas, pertencentes a uma província eclesiástica;
- isentas quando submetidas à Santa Sé;
- residenciais, com administração própria;
- suburbicárias, localizadas em torno da Diocese de Roma;
- titulares, quando se mantêm apenas os nomes de importantes dioceses extintas.
Situação das dioceses nos países de língua portuguesa
Em Angola
A primeira diocese angolana foi a Diocese de Angola e Congo, criada em 1596 e com sede na cidade de Luanda, sufragânea da Arquidiocese de Lisboa. O seu território abrangeu todo o país até 1940, quando foram criadas as dioceses de Nova Lisboa e Silva Porto, actuais Huambo e Cuíto. Nessa data a Diocese de Angola e Congo foi elevada a arquidiocese e passou a designar-se Arquidiocese de Luanda. Durante os últimos anos de administração portuguesa, foram ainda criadas as seguintes dioceses:
- Sá da Bandeira, actual Lubango, em 1955;
- Malanje, em 1957;
- Luso, actual Luena, em 1963;
- Carmona e São Salvador, actual Uíge, em 1967;
- Benguela, em 1970;
- Henrique de Carvalho, actual Saurimo, Novo Redondo, actual Sumbe, Pereira d'Eça, actual Ondijiva, e Serpa Pinto, actual Menongue, em 1975.
Em 1977 as dioceses de Huambo, Lubango e foram elevadas a arquidioceses.
Após a independência foram criadas as seguintes dioceses:
- Cabinda e Mabanza Congo, em 1984;
- Nadalatando, em 1990;
- Dundo, em 2001;
- Namibe, em 2009.
Angola conta actualmente com 17 dioceses.
No Brasil
O Brasil tem atualmente 41 arquidioceses e 210 dioceses. Veja o artigo principal sobre Circunscrições eclesiásticas católicas do Brasil.
Em Cabo Verde
Existem duas dioceses em Cabo Verde: a Diocese da Praia ou Santiago de Cabo Verde, criada em 1533, e a Diocese do Mindelo, criada em 2003.
Em Guiné-Bissau
Em Guiné-Bissau existem actualmente duas dioceses: a Diocese de Bissau, criada em 1977, e a Diocese de Bafatá, criada em 2001. Durante a administração portuguesa, a Guiné-Bissau até 1940 dependia da Diocese da Praia, também conhecida como Santiago de Cabo Verde. Em Guiné-Bissau, a propagação do cristianismo tem sido lento. Mais de 50% da população adere a crenças indígenas. 45% do povo, sobretudo no interior, professa o Islão, sendo o cristianismo 5% da população, com a maioria da concentração zona litoral e centro do país.
A 4 de setembro de 1940 foi finalmente criada a Missão sui iuris da Guiné Lusitana. A 29 de abril de 1955 foi elevada a Prefeitura Apostólica sob o mesmo nome. No dia 1 de janeiro de 1975 a Prefeitura Apostólica mudou o nome para Guiné-Bissau, sendo posteriormente elevada a Diocese de Guiné-Bissau no dia 21 de março de 1977, imediatamente sujeita à Santa Sé. No 13 de março de 2001, a diocese é subdividida para formar a Diocese de Bafatá. Ambas dioceses são isentas e dependem diretamente da Santa Sé.
Em Moçambique
A primeira unidade religiosa autónoma em Moçambique foi a Prelazia de Moçambique, criada em 1612, sufragânea da Arquidiocese de Goa, com sede em Sena e depois de 1780 na Ilha de Moçambique. O seu território abrangia todo o país até 1940 quando foram criadas 3 dioceses com sede nas cidades de Lourenço Marques, Beira e Nampula. Durante os últimos anos de administração portuguesa, foram ainda criadas as seguintes dioceses:
- Diocese de Quelimane, em 1954;
- Diocese de Pemba, então Porto Amélia, em 1957;
- Diocese de Inhambane, em 1962;
- Diocese de Tete, em 1962;
- Diocese de Lichinga, então Vila Cabral, em 1963;
- Diocese de Xai-Xai, então João Belo, em 1970.
Em 1984 as dioceses da Beira, e Nampula eram elevadas à dignidade de Arquidiocese da Beira, Arquidiocese de Nampula.
Após a independência foram criadas as seguintes dioceses:
- Diocese de Chimoio, em 1990;
- Diocese de Nacala, em 1991;
- Diocese de Gurué, em 1993.
Moçambique conta actualmente com 12 dioceses.
Em Portugal
No ano 300 há conhecimento de duas dioceses em Portugal: Évora e Ossónoba. Do ano 400 já existem referências às dioceses de Braga e de Lisboa. O cronista Idácio era bispo de Chaves (Aquae Flaviae), segundo ele próprio declara, ao narrar a sua prisão pelos visigodos, como refém, em 462, mas não se fala mais nessa diocese.
A pedido do rei suevo Teodomiro, no Concílio de Lugo, no ano de 569, criaram-se as dioceses de Idanha, que se desmembrou da de Coimbra; Lamego, desmembrada da de Viseu; Porto e Tui, desmembradas da Diocese de Braga.
Em 589, a sede da diocese foi transferida de Conímbriga para Emínio. , que, em 580, era paróquia da diocese de Viseu, foi depois elevada a diocese, e o seu primeiro bispo esteve no IV Concílio de Toledo. Com a invasão árabe, a vida religiosa foi afectada pois a maior parte dos cristãos e o clero tiveram de se refugiar no Norte.
As invasões, e as perseguições movidas por alguns governadores fizeram desaparecer os quadros administrativos e militares, provocaram o abandono das terras, arruinaram mosteiros e templos, mas não conseguiram apagar a tradição diocesana a Norte do Rio Tejo. Os documentos do tempo da Reconquista mencionam os bispos de Braga a viverem em Lugo. À medida que as campanhas de Fernando Magno, Afonso VI, Afonso Henriques e Sancho I recuperavam o território peninsular, iam-se restaurando as dioceses e colocando bispos.
O território de entre Lima e Minho pertencia à Diocese de Tui, que o governava através de vigários. Por esta diocese ter aderido ao Papa de Avinhão a parte portuguesa separou-se formando a diocese de Valença. Mais tarde esta diocese foi anexa ao bispado de Ceuta em 1473. A Diocese do Porto foi administrada pelos prelados de Braga até à eleição de D. Hugo. Lamego foi administrada por Coimbra desde 1101 até à eleição de , acontecendo o mesmo a Viseu até à eleição de .
A Diocese de Lisboa foi restaurada depois da conquista de 1147, tendo sido nomeado o cruzado inglês Gilberto de Hastings. Em 1716, é dividida em duas metrópoles: a oriental com sede na capela real, governada por um arcebispo, e a ocidental governada por um patriarca elevado a cardeal em 1737. A de Lisboa foi extinta em 1840, ficando apenas uma metrópole. Évora tem arcebispo em 1540, o cardeal D. Henrique.
Em 1539, é transferida para Faro a Diocese de Silves (Ossónoba) e em 1564 toma posse nessa diocese bispo Jerónimo Osório. Os prelados são mais conhecidos por bispos do Algarve do que de Faro.
A pedido de D. João III foram criadas as dioceses de Leiria e Miranda, a primeira desmembrada de Coimbra e a segunda de Braga. Paulo III criou a diocese de Portalegre em 1549, com povoações que tirou a Guarda e Évora.
A pedido de D. Sebastião, Pio V criou a Diocese de Elvas com territórios de Évora, Olivença, Campo Maior e Ouguela anexos à de Ceuta. A instâncias de D. José I, Clemente XIV criou as dioceses de Beja, Penafiel e Pinhel. Clemente XIV também criou as dioceses de Castelo Branco e Aveiro: a primeira com territórios da Guarda e a segunda com territórios de Coimbra.
Em 1881, o número de dioceses diminui a pedido do rei de Portugal e é o bispo do Porto que põe em execução a bula pontifícia, suprimindo as dioceses de Aveiro, Castelo Branco, Elvas, Leiria e Pinhel, a prelazia de Tomar e o priorado do Crato. Em 1918, é restaurada a diocese de Leiria, com freguesias de Coimbra e Lisboa. O Papa Pio XI restaurou a diocese de Aveiro em 1938, com freguesias desmembradas de Coimbra, Porto e Viseu. Deste modo, Portugal continental ficou com quinze dioceses, divididas em três províncias eclesiásticas: Braga, Évora e Lisboa. Pela última criação de dioceses, surgiram as de Viana do Castelo, Santarém e Setúbal, no ano de 1975, cifrando-se, agora, o seu número em dezoito.
Em São Tomé e Príncipe
A diocese de São Tomé e Príncipe foi criada em 3 de novembro de 1534. Até 1842 o seu território abrangia toda a costa do golfo da Guiné. Designou-se diocese de São Tomé até 1957.
Em Timor-Leste
Presentemente, a Igreja está presente em Timor-Leste através de três circunscrições eclesiásticas (dioceses), directamente dependentes da Santa Sé. A diocese de Díli é a mais antiga diocese do país, erigida a 4 de setembro de 1940. A diocese de Baucau é a segunda diocese timorense, sendo erigida a 30 de Novembro de 1996 e a diocese de Maliana é a terceira diocese, erigida em 30 de janeiro de 2010.
Ver também
- Circunscrição eclesiástica
- Circunscrições eclesiásticas católicas de Portugal
- Igreja particular
- Diocese de Macau
Referências
- «Diocese». Catholic Encyclopedia; New Advent. Consultado em 6 de março de 2010
Ligações externas
- Catholic Hierarchy
- Giga-Catholic Information
wikipedia, wiki, livro, livros, biblioteca, artigo, ler, baixar, grátis, download grátis, mp3, vídeo, mp4, 3gp, jpg, jpeg, gif, png, imagem, música, música, filme, livro, jogos, jogos, celular, telefone, Android, iOS, maçã, Samsung, iPhone, Xiomi, Xiaomi, Redmi, Honra, Oppo, Nokia, Sonya, Mi, PC, Web, Computador