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A expressão Doutrina Truman designa um conjunto de práticas do governo dos Estados Unidos em escala mundial, à época da chamada Guerra Fria, que buscava conter o avanço do comunismo junto aos chamados "elos frágeis" do sistema capitalista.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, os países europeus entraram em declínio, coincidindo com a ascensão dos Estados Unidos e da União Soviética como potências no palco das relações internacionais.
Winston Churchill, estadista britânico, foi o primeiro a perceber o avanço do comunismo, iniciando fortes pressões para que o Ocidente encontrasse uma estratégia para deter o avanço soviético.
Em resposta à atitude britânica, o então presidente estadunidense, Harry S. Truman, pronunciou, em 12 de março de 1947, diante do Congresso daquela nação, um violento discurso assumindo o compromisso de "defender o mundo livre contra a ameaça comunista". Estava lançada a Doutrina Truman e iniciada a Guerra Fria, que propagou para todo o mundo o forte antagonismo entre os blocos capitalista e comunista. Em seguida, o secretário de estado George Catlett Marshall anunciou a disposição dos Estados Unidos de efetiva colaboração financeira para a recuperação da economia dos países europeus. Truman propôs a concessão de créditos para a Grécia e a Turquia, com o objetivo de sustentar governos pró-ocidentais naqueles países.
Crise dos Estreitos Turcos
No final da Segunda Guerra Mundial, a Turquia foi pressionada pelo governo soviético a permitir que os navios russos navegassem livremente pelos estreitos turcos, que ligam o Mar Negro ao Mediterrâneo. Como o governo turco não se submeteu aos pedidos da União Soviética, surgiram tensões na região, levando a uma demonstração de força naval do lado dos soviéticos. Desde que a assistência britânica à Turquia terminou em 1947, os EUA enviaram ajuda militar para garantir que a Turquia mantivesse o controle principal da passagem. A Turquia recebeu US$ 100 milhões em ajuda econômica e militar e ainda enviaram o porta-aviões Franklin D. Roosevelt. O período pós-guerra de 1946 começou com um "período multipartidário" e o governo do Partido Democrata turco de Adnan Menderes.
Crises gregas
Sete semanas após as potências do Eixo terem abandonado a Grécia, em outubro de 1944, os britânicos ajudaram a retomar Atenas da (EAM), controlada efetivamente pelo Partido Comunista Grego (KKE). Isso começou com uma chacina de apoiadores da EAM, em grande parte desarmados, conhecida como em 3 de dezembro. A ala esquerda tentou retaliar, mas foi subjugada pelo governo apoiado pelos britânicos, e submetida ao Terror Branco.
Com a eclosão da guerra civil (1946-1949), as forças de guerrilha controladas pelo Partido Comunista Grego organizaram uma revolta contra o governo grego reconhecido internacionalmente, que havia sido formado após as eleições de 1946, boicotadas pelo KKE. Os britânicos perceberam que o KKE estava sendo diretamente financiado por Josip Broz Tito, da vizinha Iugoslávia. Em consonância com o "acordo de percentuais" entre Churchill e Stalin, os comunistas gregos não receberam ajuda da União Soviética, e a Iugoslávia lhes proporcionou apoio e refúgio, contra os desejos de Stalin.
Ver também
- Internacionalismo liberal
Referências
- Barın Kayaoğlu, "Strategic imperatives, Democratic rhetoric: The United States and Turkey, 1945–52." Cold War History, Aug 2009, Vol. 9(3) pp. 321–345
- Gerolymatos, André (2016). Uma guerra civil internacional: Grécia, 1943-1949 (em inglês). New Haven: Yale University Press. ISBN 9780300180602
Ligações externas
- Discurso do Presidente Truman
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