O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (em curdo: پارتی کار کهرانی کوردستان, transl. Parti Karkerani Kurdistan, ou Partiya Karkerên Kurdistan), vulgarmente conhecido como PKK, também conhecido como KGK e anteriormente conhecido como KADEK ou Kongra-Gel, é uma organização política curda que desde 1984 vem se engajando em uma luta armada contra o estado turco, por um Curdistão autônomo e mais direitos culturais e políticos para os curdos na Turquia. O grupo foi fundado em 27 de novembro de 1978 e foi liderado por Abdullah Öcalan. A ideologia do PKK foi originalmente uma fusão do socialismo revolucionário e do nacionalismo curdo - embora desde a sua prisão, Öcalan tenha abandonado o marxismo ortodoxo e elaborado o que ele chamou de confederalismo democrático.
Partido dos Trabalhadores do Curdistão Partiya Karkerên Kurdistan (PKK) | |
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A bandeira atual do PKK, usada desde 2005 | |
Datas das operações | 1978 - Presente |
Líder(es) | Murat Karayilan (atual) Abdullah Öcalan (fundador) |
Motivos | Direitos culturais e políticos para a população curda na Turquia. |
Área de atividade | Turquia, Iraque, Irã e Síria |
Ideologia | Confederalismo Democrático |
Espectro político | Esquerda |
Inimigos |
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Guerras/batalhas | Conflito curdo-turco Guerra Civil no Curdistão Iraquiano Guerra Civil Síria Conflito curdo-iraquiano |
O PKK é listado como uma organização terrorista internacional por um número de estados, incluindo os Estados Unidos e a Turquia. A Turquia, em particular, rotula a organização como uma organização étnica separatista, que usa o terrorismo e a ameaça da força contra civis e alvos militares, com a finalidade de alcançar os seus objetivos políticos.
História
No início de 1970, o grupo central da organização era composto em grande parte, de estudantes liderados por Abdullah Öcalan ("Apo"), em Ankara. O grupo logo mudou seu foco para a grande população curda no Sudeste da Turquia. Em 27 de novembro de 1978, o grupo adotou o nome de "Partido dos Trabalhadores do Curdistão". Defendendo uma ideologia de esquerda, o grupo tomou parte em conflitos violentos com entidades de direita, como uma parte do caos político da Turquia na época. Em 1979, como uma propaganda da ação, o grupo tentou assassinar o líder tribal curdo Mehmet Celal Bucak, que eles alegavam explorar os camponeses, e colaborar com a Turquia. Isto marcou um período de intensa guerra urbana entre outros elementos políticos radicais. O golpe de estado turco de 1980 levou a organização a um outro estágio, com os membros cumprindo pena de prisão, estando sujeitos à pena capital, ou fugindo para a Síria. Em 10 de novembro de 1980, o consulado turco em Estrasburgo na França, foi bombardeado em uma operação conjunta com o grupo radical armênio ASALA, que eles alegaram como o início de uma "colaboração frutuosa". O grupo tem crescido na década de 10 do século XXI por causa do caos causado pela Guerra do Iraque e da Primavera Árabe.
Bombardeios a estruturas do PKK pela Turquia (2024)
No dia 23 de outubro de 2024, ocorreu um atentado à sede de uma importante empresa de defesa em Ancara, na Turquia, que matou pelo menos cinco pessoas e deixou outras 22 feridas. A Turquia, pouco tempo após o atentado terrorista, atribuiu o ataque ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e, em retaliação, lançou uma série de ataques aéreos em locais suspeitos de serem usados pelo grupo militante no norte do Iraque, bem como por seus afiliados no norte da Síria. Na noite de 23 de outubro, as forças turcas atingiram 29 alvos no norte do Iraque e 18 no norte da Síria, resultando na morte de 59 militantes curdos, segundo o Ministério da Defesa da Turquia. O ministro da Defesa, , afirmou que os ataques aéreos faziam parte da resposta ao atentado em Ancara.
As Forças Democráticas Sírias (FDS), que recebem apoio dos Estados Unidos e são acusadas pela Turquia de serem um ramo da PKK, relataram que os bombardeios turcos no norte e leste da Síria resultaram na morte de 12 civis, incluindo duas crianças, e deixaram 25 pessoas feridas. A FDS alegou também que, além das áreas residenciais, as forças turcas alvejaram usinas de energia, instalações de petróleo e postos de controle das Forças de Segurança Interna, utilizando caças e drones.
A Turquia, um dia depois do ataque (24), identificou os dois autores do atentado terrorista e garantiu que eram combatentes curdos do PKK.
Um grupo militante curdo reivindicou, na sexta-feira (25 de outubro), a responsabilidade pelo atentado na Turquia que matou cinco pessoas. Em comunicado, a ala militar do PKK afirmou que o ataque, realizado na quarta-feira (23) nas instalações da empresa aeroespacial e de defesa TUSAS, foi conduzido por dois membros de seu "Batalhão Imortal" em resposta aos "massacres" e outras ações da Turquia nas regiões curdas.
Também na sexta-feira (25), um oficial de segurança iraquiano informou que os aviões turcos aumentaram a intensidade dos bombardeios contra alvos relacionados ao PKK e outras forças aliadas na região de Sinjar, no norte do Iraque. Os ataques aéreos visaram túneis, bases e posições militares do partido curdo e das Unidades de Proteção de Sinjar nas áreas montanhosas de Sinjar.
O atentado ocorreu um dia após o chefe do partido de extrema direita MHP, que pertence à coalizão governista de Erdogan, convidar o líder preso do PKK, Abdullah Ocalan, para discursar no parlamento para anunciar a dissolução de seu movimento.
Referências
- A TRAJETÓRIA DO MOVIMENTO DE MULHERES NO NOROESTE DO CURDISTÃO: A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO CONFEDERALISMO DEMOCRÁTICO E DA JINEOLOGÎ (1978-2018)
- «Chapter 6—Terrorist Groups». Country Reports on Terrorism. Departamento de Estado dos Estados Unidos. 27 de abril de 2005. Consultado em 23 de julho de 2008
- Tahiri, Hussein. The Structure of Kurdish Society and the Struggle for a Kurdish State. Costa Mesa, California: Mazda Publications 2007. pp 232 ff
- Ocalan, Abdullah. Prison Writings: The Roots of Civilisation, 2007, Pluto Press. (p. 243-277)
- ÖCALAN, Abdullah (2016). Confederalismo democrático. Tradução: Coletivo Libertário de Apoio a Rojava. Editora Rizoma. ISBN 978-85-5700-045-21
- Barnhart, Stephen R. (2002). The New International Terrorism and Political Violence Guide (em inglês). [S.l.]: Trafford
- «Estado turco recorre a mão de ferro para presos curdos de círculos dissidentes». RFI. 21 de dezembro de 2021. Consultado em 12 de janeiro de 2022
- «Turkish Kurds: some back the state». Christian Science Monitor. 6 de junho de 2007
- «PKK baskınına uğrayan Kürt köyleri ABD gazetesine haber oldu». Milliyet (em turco). 7 de julho de 2007
- MIPT Terrorism Knowledge Base. «Incident Profile: Armenian Secret Army for the Liberation of Armenia (ASALA) and Kurdistan Workers' Party (PKK) attacked Diplomatic target (November 10, 1980, France)». Consultado em 17 de maio de 2007. Cópia arquivada em 30 de setembro de 2007
- Yaroslav Trofimov, “The State of the Kurds,” The Wall Street Journal, June 19, 2015.
- «Grupo curdo foi responsável por atentado a estatal aeroespacial, diz Turquia». G1. 24 de outubro de 2024. Consultado em 26 de outubro de 2024
- «Turquia: grupo curdo reivindica autoria de atentado em companhia aeroespacial e de defesa». GZH. 25 de outubro de 2024. Consultado em 26 de outubro de 2024
- «Turkey points finger at PKK as attack on defence firm kills five, injures 22». France 24 (em inglês). 23 de outubro de 2024. Consultado em 26 de outubro de 2024
Ligações externas
- Site Oficial do PK
- Curdos, um conflito que não tem fim
- Entenda o conflito entre a Turquia e os curdos do PKK
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