O vapor Taubaté foi o primeiro navio brasileiro atacado pela Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial, em 22 de março de 1941, quando navegava do Chipre para Alexandria, no Egito, com um carregamento de batatas, lã e vinho.
Taubaté | |
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Brasil | |
Proprietário | Cia. de Navegação Lloyd Brasileiro |
Operador | a mesma |
Construção | 1905, por Bremer Vulcan Vegesacker, Bremen, Alemanha. |
Lançamento | maio de 1905 |
Porto de registro | Rio de Janeiro |
Estado | Atacado no Egito, em 22 de março de 1941; Encalhado no Recife, em 1954. |
Características gerais | |
Classe | cargueiro |
Tonelagem | 5 099 ton |
Largura | 16,1 m |
Maquinário | motor de quádrupla expansão |
Comprimento | 124,8 m (LPP) |
Calado | n/d |
Propulsão | turbina a vapor |
Velocidade | 12 nós |
Carga | n/d |
O navio foi atacado no Mediterrâneo, quando se aproximava de seu destino, próximo à costa egípicia, por um avião da Luftwaffe que, depois de lançar bombas sem conseguir atingi-lo, metralhou a embarcação.
Segundo relato do comandante Mário Fonseca Tinoco, o navio ostentava nitidamente a bandeira brasileira pintada em ambas as bordas e, mesmo assim, o ataque não cessou, apesar de o comandante ter ordenado o içamento de uma bandeira branca no mastro principal. O comandante e os oficiais do vapor declararam ao consulado brasileiro em Alexandria que a aeronave trazia as insígnias da força aérea alemã.
Embora não tenha afundado o navio, o ataque causou a morte do primeiro brasileiro na guerra: o conferente José Francisco Fraga, morto no passadiço, vítima de uma rajada de metralhadora, bem como ferimentos em outros 13 tripulantes.
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro apresentou as devidas reclamações junto à Embaixada Alemã no Rio de Janeiro, mas não obteve qualquer resposta. No ano seguinte, os ataques se intensificaram, o que constituiu no fator determinante para a entrada do Brasil na guerra contra as potências do Eixo.
Ironicamente, o navio de 5 099 toneladas construído em 1905 era de origem alemã, e foi operado pela North German Lloyd, sob o nome Franken, até 1917, quando foi, então, confiscado pelo governo brasileiro por ocasião da entrada no país na Primeira Guerra Mundial. Renomeado Taubaté, em 1925, foi comprado pelo Lloyd Brasileiro, à época ainda uma empresa privada. Sobreviveu à guerra, e operou até 1954, quando quebrou amarras em Recife vindo a encalhar com perda total.
Ver também
- Navios brasileiros afundados na Segunda Guerra
- Navios brasileiros atacados na Segunda Guerra Mundial
- Navios confiscados pelo Brasil na Primeira Guerra
Referências
- SANDER. Roberto. op.cit., p.54/55.
- Denise de Almeida. «22 de março de 1941 — Alemães atacam navio brasileiro». Jornal do Brasil. Consultado em 19 de dezembro de 2010
- Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira. «Navios Torpedeados». Consultado em 19 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 28 de julho de 2012
- Oceania. «Lloyd Brasileiro». Consultado em 19 de dezembro de 2010
Bibliografia
- SANDER. Roberto. O Brasil na mira de Hitler: a história do afundamento de navios brasileiros pelos nazistas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
Ligações externas
- «Navios torpedeados e declaração de guerra, UOL Educação.» 🔗
- «Homenagem aos mortos no mar da Marinha do Brasil e Marinha Mercante Brasileira, Pronunciamento do CLC Álvaro José de Almeida Junior.»
- «Miramar Ship Index, Informações gerais e características: Taubaté.» (em inglês)
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